14 novembro 2006

Parapeito - IV




Nas longas tardes de horário de verão, Marieta chegava ainda com sol em casa e podia assistir o movimento vespertino do motel. O sol dava cores mais realçadas a fachada e possibilitava observar melhor àqueles que por ali passavam. Na tarde quente que agora findava, teve que por um ventilador para refrescar todos seus calores.
Era um carro grande e confortável e, para sua surpresa, cheio. No mínimo cinco pessoas pararam na portaria, pediram um quarto e entraram. Ainda teve tempo de abrir a porta trazeira e espremer-se entre os três homens que lá estavam, todos entre vinte e trinta anos, sendo um negro de altura mediana, um muito branco com uma barba avermelhada e outro que contrastava seu rosto com traços indígenas num corpo alto e musculoso. No banco da frente, no lado do caroneiro, outro rapaz mulato, com sorriso alvo, um brinco pequeníssimo no lado esquerdo. Todos com corpos impecáveis, dentes, olhos, músculos, pernas. No banco do motorista uma mulher bem tratada, entre quarenta e cinquenta anos, cabelos longos, pintados de um loiro dourado que contrastava com a pele bronzeada. Marieta era a última no trenzinho que entraram no quarto, já sem roupa. A um sinal da mulher locomotiva, a força foi invertida e Marieta passou a puxar o comboio, com o negro corpulento a segurar-lhe a cintura encaixando seu corpo ao dela. Circularam a cama king size e foram se enrolando um no outro, pernas sobre peitos, sexos expostos, línguas roçando pelos corpos, beijos que surpreendiam partes do corpo nunca antes exploradas. Quando tinha o barba ruiva afundado entre suas ancas, o negro a beijar-lhe os seios, enquanto o mulado lhe beijava a nuca segurando-lhe pela cintura e o índio a mordicar-lhe o pé direto enquanto o esquerdo descançava sobre o sexo dele nada descançado, lembrou-se da mulher e a viu aproximar-se para beijar-lhe a boca. A imagem da mulher a fez deixar seu sonho e não conseguiu mais voltar à fantasia, até porque, naquele momento, o sol se punha e refletia numa estranha luz que rebatia no prédio quase em frente e lhe ofuscava a visão feito farol em mar aberto.

6 comentários:

+ Kazzx + disse...

Caro Silvio,

Marieta sonha e isto é bom......

Abçs

Anônimo disse...

Me lembrou sapatinhos vermelhos do caio essa pegação. Abraço, bom feriado garoto!

Anônimo disse...

Oi, Sílvio, li o que escreveu no blog do Fabricio Carpinejar, entrei no seu blog, gostei do que vi e li. Gostaria de saber mais sobre você.

SV disse...

Olá, Carla.

Deixe seu link que darei retorno.

Obrigado pela visita.

Anônimo disse...

Acho que não tenho link....mas tenho e-mail, melhor...
zen_borges@yahoo.com.br
Acho que temos o que falar.
Beijos
Carla

Anônimo disse...

que exagero Silvio... tantos? :)
êta mulher dos diabos :)
continuando a ler...
:) e a sorrir claro