imagem: Aeroporto Internacional Salgado Filho, Porto Alegre, de onde partiu o vôo 3054, da TAM.
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A sala de embarque estava cheia. Passageiros de vários vôos duelavam por poltronas, sem saber por quanto tempo esperariam. Nada adiantara chegar cedo: Joelma apoiou-se na coluna, próximo a um enorme vaso onde uma planta raquítica sobrevivia. Abriu seu livro, pensou na filha e passou-lhe pela memória a imagem de Bruno, seu ex-marido que agora estava na China. Bruninha com seu pai distante... Sentiu-se culpada, fechou o livro que nem lera a primeira palavra e rodou seus olhos pelo ambiente. Com freqüência via em outros homens o rosto de Bruno, como se fosse uma imagem que vagava permanentemente em sua memória. Porém, quando Itamar se aproximou com um sorriso e um bombom na mão, a figura desfez-se de imediato e, como se sempre o tivesse conhecido sem nunca tê-lo encontrado, entregou seu sorriso.
Itamar havia perdido o seu vôo, mas como isso era tão normal para ele, nem se incomodava. Sabia que a funcionária da companhia já asseguraria sua poltrona, conforme havia combinado há quase dois anos de vôos semanais a São Paulo. O lugar ao lado de Joelma não foi por sua interferência e pedido. Quis o destino acomodá-los juntos. Não foi difícil percebê-la em pé na lateral da sala. Com um livro na mão, o cabelo liso e longo que emoldurava um rosto alvo e de traços delicados, lá estava ela. Aproximou-se, sorriu. Ainda sobrara um bombom que tinha guardado para o vôo, mas achou melhor investi-lo numa apresentação diferente. Quando ela lhe retribuiu o sorriso pode perceber os olhos verdes e brilhantes flanando sobre a voz delicada, que num sotaque porto-alegrense, disse:
- Obrigada, estranho!
Itamar havia perdido o seu vôo, mas como isso era tão normal para ele, nem se incomodava. Sabia que a funcionária da companhia já asseguraria sua poltrona, conforme havia combinado há quase dois anos de vôos semanais a São Paulo. O lugar ao lado de Joelma não foi por sua interferência e pedido. Quis o destino acomodá-los juntos. Não foi difícil percebê-la em pé na lateral da sala. Com um livro na mão, o cabelo liso e longo que emoldurava um rosto alvo e de traços delicados, lá estava ela. Aproximou-se, sorriu. Ainda sobrara um bombom que tinha guardado para o vôo, mas achou melhor investi-lo numa apresentação diferente. Quando ela lhe retribuiu o sorriso pode perceber os olhos verdes e brilhantes flanando sobre a voz delicada, que num sotaque porto-alegrense, disse:
- Obrigada, estranho!