08 novembro 2006

Parapeito - II

Imagem emprestada daqui
No sul do Brasil, a mudança de estações é feita de sol, trovoadas e mais sol. A sua janela, respingada pelo temporal, cintilava cada gota como se fossem pequenas luzinhas, quando o sol se pôs. Chegava a hora do dia que mais esperava, já no lusco-fusco que inundava e fertilizava os vales de suas fantasias.
O primeiro carro era sempre uma expectativa. Era o abrir de sua imaginação. Hoje, um Audi preto, de vidros escuros não lhe permitiu grandes visões, porém pôde ver o braço dele estendendo a mão e apanhando a chave. Era um braço peludo, com uma pulseira dourada a refletir a iluminação do hall de entrada. Na contra luz, viu a mulher de cabelos longos quase que deitada sobre ele, como se o prazer já tivesse iniciado.
Ela ajeitou-se melhor e antes que a porta do motel fechasse, pode perceber a música que rodava no som do automóvel. Era um tango, bolero, algo assim latino e antigo, como um filme dos anos cinquenta. A porta fechou e ela embarcou no carro, no banco de trás para assistir à cena bem acomodada. Entraram no quarto, com o homem de seus cinquenta e tantos anos, levando pela mão a mulata de corpo roliço, seios firmes e volumosos, ancas largas e convidativas. Beijaram-se os três. Ela entrepôs-se entre os dois, recebendo os beijos nos seios e deixando-se lamber as costas pela mulher. Entraram para o banheiro, adjunto ao quarto, separado por um vitrô que transpassava a meia-luz em tons verde e marrom formando um mosaico estilo Kama-Sutra. Os três acomodaram-se na mini-piscina e na suavidade das peles molhadas se acariciavam, enquanto o braço cabeludo com a pulseira dourada se esfregava em seu corpo que queimava, buscando os recantos mais ardentes e sensíveis entre suas coxas.
Sentiu a umidade tomar conta de suas calcinhas, levantou-se, fechou a janela e foi tomar uma ducha.

5 comentários:

Anônimo disse...

Mais uma vez o prazer ao te ler, perai, vo lá tomar uma ducha e já volto!

Abraço.

Tônio

Santa disse...

Sílvio, isso é covardia! Não se faz com quem está longe. Bjs

Anônimo disse...

Quero escrever um conto mas não sei como conto um conto.

Me ajuda?

Abraço, Tônio.

Anônimo disse...

Sensual, sensivel e costumeiramente brilhante, amigo Silvio!

abrax

RF

Anônimo disse...

o 1º e o 2º já está...
era para ler um por dia, mas a atenção ficou presa... engraçado... pedi desculpa por me meter na estoria sem nada ter lido para tras, mas não estava muito fora do contesto :)
até ao proximo capitulo :)

Sorrindo :)