06 novembro 2006

Parapeito - I


(imagem tomada emprestada daqui)
Quando o sol se punha, ela ia para a janela assistir o outro mundo que nascia. Morar em frente a um motel, para alguns seria sinônimo de barulho toda a noite. Para ela, era um prazer. Em todos os sentidos.
Marieta vivia só, se não contarmos suas fantasias, que encheriam várias camas. A cada casal que entrava, de certa forma ela ia junto. Seus olhos acompanhavam o veículo e podia sentir-se sentada dentro dele, no meio deles, fosse quem fosse. No inverno providenciava uma manta para apoiar-se no parapeito e manter os seus aquecidos. Qualquer resfriado poderia tirar-lhe de seu camarote e isso era impensável.
E Marieta via cada uma...

2 comentários:

Anônimo disse...

Então, Sílvio, Marieta vivia de sonhos alheios. Boa história, gostei.
Beijos um tanto saudosos pq você sumiu.

+ Kazzx + disse...

Caro Silvio,

Desculpe a ausência, mas cá estou. sensacional este conto, gostei mesmo, me lembrou um filme que assisti onde uma senhora observava o filho e nora transarem pela fresta do piso, não lembro o nome do filme.....

Abçs